Estamos no início de março, e é de extrema importância iniciar o planejamento da seca AGORA! Confira algumas estratégias:
As plantas forrageiras são alimentos importantes aos ruminantes e para uma boa produção de forragem é preciso estabelecer um bom manejo de pastagem, onde a quantidade e a qualidade a ser colhida pelo animal se mantem elevada ao longo do ano de forma que o consumo e desempenho não seja prejudicado. Com isso, a sazonalidade de produção da planta forrageira é um fator marcante a ser observado, por possuir influência direta nas condições climáticas como temperatura, disponibilidade de luz e chuva.
A medida que a estação do outono se inicia, a qualidade e produtividade das plantas diminuem até a estação de inverno, onde as forrageiras tropicais perenes reduzem ou cessam seu crescimento, então uma alternativa para suprir as necessidades dos animais é utilizar a integração lavoura-pecuária ou sistema agropastoril (ILP), estabelecendo um modelo de produção sustentável que integra diferentes sistemas produtivos agrícolas e pecuários.
A integração pode ser feita em cultivo consorciado ou sucessão, a fim de beneficiar todas as atividades no mesmo local. No consórcio há o cultivo de duas ou mais espécies vegetais na mesma área simultaneamente, já a sucessão ocorre quando diferentes espécies são cultivadas, uma após a colheita da outra, dentro do mesmo ano agrícola.
Essa técnica é uma opção interessante tanto para aumentar os lucros dos produtores de grãos em áreas que não são possíveis de atingir uma boa colheita na safrinha, como também pode beneficiar os pecuaristas que possuem dificuldade para utilizar os animais na estação seca devido aos problemas com sazonalidade dos pastos.
Desta forma, este sistema adotou o nome “Boi safrinha” – alusão à segunda safra de milho, também chamada “Milho Safrinha”. Após a colheita da safra na lavoura de grãos, a massa de capim formada para cobrir o solo para o plantio da cultura anual no verão seguinte em Sistema Plantio Direto (SPD) também pode ser usada como pastagem de curta duração na cria, recria ou terminação de bovinos, promovendo bem-estar animal, diminuindo custos com confinamento, intensificando o uso da área e aumentando a lucratividade das fazendas.
Neste sistema é possível compensar financeiramente em alguns casos ao utilizar a terra que estaria parada, aumentando assim sua renda devido a maior disponibilidade de forragem proporcionada no sistema, aliando ao manejo animal adequado que pode proporcionar redução da idade de abate dos animais machos que são terminados durante este período, como também redução do primeiro parto das novilhas, encurtando o ciclo da pecuária.
Porém são poucos que adotam esta estratégia, em função das limitações geográficas, de solo, de clima ou até de recursos financeiras. Portanto, esta é uma alternativa de alimentação para os animais ao longo da seca e os pecuaristas devem se programar ainda durante o verão para garantir uma boa alimentação para o rebanho e decidir qual o melhor sistema para a situação que se encontra.
Artigo técnico escrito por Bruna Rett
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