Na segunda-feira, dia 17 de maio, foi comunicado pelo Ministério de Desenvolvimento Produtivo da Argentina a suspensão das exportações de carne bovina durante o período de um mês.
A medida do governo argentino trata-se de uma consequência frente aos aumentos dos preços do produto no mercado interno, que nos últimos 30 dias bateu a marca de 65%.
Não é a primeira vez que os produtores argentinos enfrentam esse cenário, em 2014 tal suspensão também foi decretada por Cristina Kirchner, e acabou gerando desestímulos à produção de carne e ao investimento em melhoramento genético, afetando diretamente os empregos gerados pela cadeia produtiva.
Segundo Lygia Pimentel, diretora da Agrifatto, se a medida for postergada para além dos 30 dias propostos, poderá gerar um desestímulo à produção de carne em escala mundial.
Lygia lembra também que a alta nos preços da carne não se trata de um fenômeno exclusivo da Argentina, mas sim da consequência de uma baixa oferta no mundo todo, e para que isso seja solucionado, primeiramente, o produtor deve ser bem remunerado para investir na atividade, e então os preços se regularizarão.
Por outro lado, essa suspensão da exportação por parte da Argentina pode gerar consequências positivas para o Brasil. A Argentina foi responsável pela exportação de mais de 20% de toda a proteína importada pela China no ano passado, evidenciando assim a relevância de sua participação no mercado.
Dessa forma, torna-se necessário, por parte da China, substituir a oferta argentina por outro exportador, sendo o Brasil o principal candidato a suprir essa carência deixada pelo governo de Alberto Fernández na demanda chinesa.
Ao produtor brasileiro, Lygia Pimentel apresenta uma possibilidade de benefício em termos de preço, e ainda alerta sobre a importância de se atentar à constante busca de uma gestão de excelência.
Fonte: Canal Rural