O período de transição seca-águas é caracterizado pelo fim da estiagem e início da estação chuvosa, dando início à rebrota das pastagens. Geralmente essa transição ocorre nos meses de setembro/outubro e, dependendo de sua duração, pode afetar negativamente o desempenho produtivo dos animais.
O tempo para formação do novo pasto das águas está diretamente ligado à intensidade de chuvas e sua regularidade, bem como outros fatores climáticos como luminosidade, temperatura, fertilidade do solo e manejo das pastagens.
Dessa forma, quanto mais lenta for a velocidade de rebrote e estabelecimento das forrageiras, maior serão os impactos negativos sobre o desempenho dos animais, pois quando as chuvas demoram muito para firmarem, mais comprometido fica a taxa de rebrote e formação da massa forrageira.
O surgimento de novos brotos que geralmente são compostos por baixas quantidades de matéria seca e muito acúmulo de água, fazem com que os animais fiquem entretidos com esse material que apresenta baixa consistência, refletindo em uma estrutura de difícil formação do bocado pelo animal, assim aumentando muito o tempo de pastejo e queda no desempenho produtivo.
As folhas jovens da brotação apresentam alta digestibilidade, alterando a taxa de passagem pelo trato gastrointestinal do animal, favorecendo o surgimento da diarreia do broto. Nesse sentido precisamos utilizar aditivos, principalmente a flavomicina, que pode auxiliar na diminuição da velocidade da quebra da proteína do capim, resultando em maior aproveitamento da forragem consumida pelos bovinos.
Enquanto as chuvas demorarem a firmar, e toda aquela forragem acumulada no período seco tiver se perdido precisamos aumentar a oferta de suplementos (proteicos energéticos/rações etc.) para os animais no cocho, visando corrigir essa deficiência alimentar nesse período que sempre é muito crítico para a produção animal.
Artigo escrito por Vinicios Tomé
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